ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 05-12-2007.

 


Aos cinco dias do mês de dezembro do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Comassetto, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Neuza Canabarro e Nilo Santos. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Elias Vidal, Marcelo Danéris, Maria Luiza, Maristela Meneghetti, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Resolução nº 081/07 (Processo nº 8440/07), as Indicações nos 163 e 164/07 (Processos nos 9489 e 9490/07, respectivamente), e os Pedidos de Providência nos 5519 a 5522/07; pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos 5513 e 5514/07; pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Pedidos de Providência nos 5507 a 5512 e 5515 a 5517/07; pelo Vereador Guilherme Barbosa, a Indicação nº 162/07 (Processo nº 9475/07), o Pedido de Informação nº 206/07 (Processo nº 9476/07) e o Pedido de Providência nº 5518/07; pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei do Legislativo nº 300/07 (Processo nº 8851/07); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Pedido de Providência nº 5491/07; pelo Vereador José Ismael Heinen, o Projeto de Lei do Legislativo nº 277/07 (Processo nº 8241/07); pelo Vereador Márcio Bins Ely, o Projeto de Lei do Legislativo nº 296/07 (Processo nº 8518/07); pela Vereadora Margarete Moraes, o Pedido de Informação nº 207/07 (Processo nº 9482/07) e o Pedido de Providência nº 5467/07; pela Vereadora Maria Celeste, as Indicações nos 159, 160 e 161/07 (Processos nos 9443, 9471 e 9472/07, respectivamente) e os Pedidos de Providência nos 5492 a 5494 e 5496 a 5506/07; pela Vereadora Maria Luiza, os Projetos de Lei do Legislativo nos 282 e 290/07 (Processos nos 8313 e 8419/07, respectivamente) e os Pedidos de Providência nos 5469 a 5490/07; pelo Vereador Professor Garcia, o Pedido de Providência nº 5495/07. Ainda, foi apregoada a Emenda nº 02, de autoria do Vereador Nilo Santos, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/07 (Processo nº 4417/07). Também, foram apregoados os Ofícios nos 1544 e 1555/07, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos 034 e 035/07 (Processos nos 9395 e 9451/07, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 15065/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, e 2962/07, do Senhor Roberto Maciel Zeni, Gerente de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal – CEF. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Nonagésima Primeira, Nonagésima Segunda, Nonagésima Terceira e Nonagésima Quarta Sessões Ordinárias e da Trigésima Nona Sessão Solene. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 302/07, o Projeto de Lei do Executivo nº 033/07, discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel, Carlos Comassetto, Maristela Maffei, João Antonio Dib e Guilherme Barbosa; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 012 e 013/07, o Projeto de Lei do Executivo nº 032/07, discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 3ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/07, o Projeto de Resolução nº 086/07. Na oportunidade, a Vereadora Maristela Maffei formulou Requerimento verbal, solicitando fossem recebidos pela Presidência deste Legislativo os representantes da comunidade da Vila Areia presentes neste Plenário. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Aldacir Oliboni registrou o lançamento, hoje, pelo Governo Federal, do programa “PAC da Saúde”, que libera verbas do Programa de Aceleração do Crescimento para projetos na área da saúde pública. Nesse sentido, propugnou por uma ação efetiva dos Governos Estadual e Municipal, para que parcela desses recursos seja utilizada no Rio Grande do Sul e garanta melhorias nos serviços públicos de saúde a que tem acesso a população gaúcha. A Vereadora Maria Luiza cumprimentou o Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas pela inauguração de laboratório para Teste do Pezinho e pelo desenvolvimento do programa “Mamãe Canguru”, que proporciona abrigo e assistência a mães de bebês prematuros. Ainda, defendeu o Projeto de Lei do Legislativo nº 103/07, de sua autoria, e citou Audiência Pública ocorrida hoje nesta Casa, para debate de políticas de atendimento a crianças e a adolescentes em situação de risco e drogadição. O Vereador Mauro Zacher pronunciou-se sobre a aplicação de recursos federais destinados ao Programa Nacional de Inclusão de Jovens: Educação, Qualificação e Ação Comunitária – ProJovem – em Porto Alegre, justificando que seu retorno a este Legislativo teve como uma das principais razões prestar esclarecimentos acerca da gestão de Sua Excelência na Secretaria Municipal da Juventude e analisando dados referentes à situação dos inscritos no ProJovem em Porto Alegre. O Vereador Dr. Raul considerou justas as reivindicações na área habitacional hoje trazidas a este Legislativo por representantes das Vilas Areia e Tio Zeca. Também, saudou o Centro de Saúde Escola Murialdo, pelo transcurso dos cinqüenta anos dessa instituição, destacando atividades ali implementadas, que integram o Programa de Saúde da Família. Finalizando, comentou recursos do Programa de Aceleração do Crescimento a serem liberados para projetos na área da saúde pública. O Vereador João Antonio Dib manifestou-se criticamente quanto à votação ocorrida ontem no Senado Federal, que decidiu pela inocência das acusações imputadas ao Senador Renan Calheiros. Ainda, contraditou informações a respeito dos valores que o Estado do Rio Grande do Sul deve ao Município de Porto Alegre na área da saúde, justificando que a culpa dessa dívida não é apenas da Governadora Yeda Crusius, mas remonta à época em que o Senhor Olívio Dutra esteve à frente do Executivo Estadual. A seguir, foi apregoada a Emenda nº 02, proposta pelo Vereador Elias Vidal e assinada pelo Vereador Dr. Goulart, Líder da Bancada do PTB, ao Substitutivo nº 02, aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 018/06 (Processo nº 3710/06). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen avaliou a posição dos militares venezuelanos no referente ao resultado do plebiscito realizado ontem naquele país, que decidiu pela rejeição das propostas políticas sugeridas pelo presidente Hugo Chávez. Também, debateu o repasse de recursos federais para a área da saúde pública no Brasil e questionou as políticas do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a educação, justificando que não há um planejamento adequado para sanar esses problemas no País. A Vereadora Clênia Maranhão referiu-se ao Programa Integrado Socioambiental, apresentado à imprensa, hoje, pelo Senhor Prefeito Municipal, salientando a previsão de ampliação da rede de esgoto tratado na Cidade. Também, comentou pesquisa sobre emprego e desemprego em Porto Alegre, elogiando a realização desse censo pelo Governo Municipal. Finalizando, parabenizou a Prefeitura pela assinatura de pacto de governança com entidades comunitárias e empresas da Zona Norte. O Vereador Luiz Braz, discorrendo acerca da necessidade de observância dos preceitos éticos para o desenvolvimento do Brasil, rechaçou o fato de que, ontem, em votação do processo de cassação do mandato do Senador Renan Calheiros, alguns Senadores não tenham votado conforme declararam à imprensa que o fariam. Nesse contexto, frisou a importância de realização de reforma do sistema político brasileiro e questionou a necessidade da existência do Senado Federal. Às quinze horas e quarenta e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maristela Meneghetti e Neuza Canabarro e secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será assinada pela maioria dos seus integrantes.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 8873/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 302/07, de autoria do Ver. Luiz Braz e outros, que altera a Lei nº 3.397, de 2 de julho de 1970, e alterações posteriores – que disciplina o Comércio de Jornais e Revistas nas vias públicas e outros logradouros públicos, e dá outras providências -, ampliando o rol de produtos com comercialização permitida nas bancas, nos estandes e nas grades metálicas, permitindo a veiculação de publicidade nas bancas e nos estandes e dando outras providências, e revoga o subitem 3.2.4 do Anexo I da Lei nº 8.279, de 20 de janeiro de 1999, a Lei nº 4.729, de 12 de maio de 1980, e a Lei nº 8.282, de 19 de março de 1999.

 

PROC. Nº 9138/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 033/07, que autoriza o Poder Executivo, através do Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB, a desenvolver ações e aportar contrapartida municipal para implementar o Programa Carta de Crédito – Recursos FGTS na modalidade Produção de Unidades Habitacionais, Operações Coletivas, regulamentado pela Resolução do Conselho Curador do FGTS nº 291, de 30 de junho de 1998, com as alterações da Resolução nº 460, de 14 de dezembro de 2004, e na Regulamentação do Ministério das Cidades, e dá outras providências.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 9057/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 012/07, que altera o parágrafo único do art. 7º e os arts. 10 e 11 da Lei Complementar nº 447, de 10 de maio de 2000, que dispõe sobre o Sistema Municipal de Turismo, a estrutura e funcionamento do Conselho Municipal de Turismo e cria o Fundo Municipal de Turismo – FUNTURISMO -, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 9058/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 032/07, que autoriza o Município a desafetar de uso comum do povo, próprio municipal localizado na Rua Marquês do Pombal nº 1039 e doar para o Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB, para fins de regularização fundiária através de concessão de direito real de uso.

 

PROC. Nº 9139/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 013/07, que altera o “caput” e inclui §§ 1º e 2º no art. 5º-A da Lei Complementar nº 505, de 28 de maio de 2004, incluído pela Lei Complementar nº 510, de 16 de dezembro de 2004, que fixa alíquotas de contribuição previdenciária para fins de custeio do Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. Nº 9163/07 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 005/07, de autoria dos Vereadores Maria Celeste, Maristela Meneghetti, Neuza Canabarro, Alceu Brasinha, João Carlos Nedel, Aldacir Oliboni e outros, que altera dispositivos da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.(adequação da LOM ao Regimento da CMPA.)

 

PROC. Nº 9171/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 086/07, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 – Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre -, e alterações posteriores.

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidenta dos trabalhos, Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em Pauta, poucos Projetos, mas o Projeto que me chama a atenção é o Projeto de autoria do Executivo, através do DEMHAB, que autoriza o Poder Executivo a desenvolver ações e aportar contrapartida municipal para implementar o Programa Carta de Crédito, com recursos do Fundo de Garantia, junto a várias unidades operacionais em Porto Alegre.

Todas as medidas, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, destinadas a diminuir o déficit habitacional, em nossa Porto Alegre, são importantes e meritórias, porque nós sabemos que o déficit habitacional, em Porto Alegre, é aproximadamente de 70, 80 mil moradias. É impressionante a dificuldade que esta Cidade tem no sistema habitacional; 80 mil famílias residem em subabitações, em áreas de risco, causando inúmeras dificuldades para o trânsito, para o meio ambiente e também para a sua própria saúde.

Eu nunca me esqueço que estive, recentemente, na Chácara dos Bombeiros, e constatei a construção de uma habitação em cima do arroio Moinho, ou seja, fizeram uns pilares, uns pilotis, e construíram a casa realmente em cima, sobre o arroio Moinho. É claro que eles tiveram o cuidado de elevar, razoavelmente, os pilotis para que as enchentes não levassem essa residência. Mas, vejam, há uma Lei, um Código de Obras, um Código do Meio Ambiente que proíbe construções próximas aos arroios, aos rios, à orla do Guaíba, e nós temos em Porto Alegre, talvez por falta de fiscalização, por omissão do Poder Público, residências construídas dentro dos arroios. Eu nunca esqueci de que estive lá na Mato Sampaio, lá no arroio Mem de Sá, Ver. Dib, e tinha uma casa construída dentro do arroio, ou seja, os alicerces trancavam a metade do arroio. Então, em qualquer enchente, aquela...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Antonio Dib.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Não, porque o alicerce, Ver. João Dib, era construído de pedras de granito daquele tamanho muito grande, as águas do arroio não levavam a casa, que era construída aproximadamente a um metro e meio acima do leito, e mesmo assim o arroio enchia e alagava a casa. Eu lembro que era uma senhora paraplégica que morava lá, e, Ver. João Dib, tristemente, ou vamos contar primeiro, felizmente aquela família foi abonada com uma casa, lá, no loteamento São Guilherme - que foi denominado assim em homenagem ao Ver. Guilherme Barbosa -, foi agraciada com uma casa lá no loteamento São Guilherme, mas essa família vendeu a casa e retornou, aí não mais para dentro do arroio, porque a Prefeitura teve o vislumbre de demolir essa casa, mas novamente ela se instalou ao lado do arroio Mem de Sá. O que eu quero dizer também é que o Poder Público se esforça, mas, às vezes, a população não ajuda. Muito obrigado, Srª Presidenta.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. João Carlos Nedel.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Srª Presidenta, estamos aqui com a comunidade da Vila Areia, da Entrada da Cidade, que está discutindo com o DEMHAB a questão do aluguel social. O DEMHAB fez uma proposta junto ao Ministério Público de que esse aluguel fosse de seis meses, renovável, se necessário, após seis meses, mas não quer fazer o acordo até o reassentamento. Ele diz que garante o reassentamento, mas não quer colocar no acordo.

O que estamos solicitando a V. Exª e também à Líder do Governo, Verª Clênia Maranhão - com quem já conversei anteriormente e ela aceitou -, é que eles pudessem ser recebidos com urgência para colocar a sua manifestação. Eles estão aqui de uma forma ordeira, pacífica, mas gostariam de ser recebidos.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Não só podem, como devem, Vereadora. Sejam todos muito bem-vindos à Casa do Povo; todas as manifestações de forma educada e respeitosa serão acolhidas. Sejam todos muito bem-vindos e sintam-se à vontade. (Palmas.)

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; prezados colegas Vereadores, Vereadoras, senhores e senhoras, venho aqui para discutir, hoje, Projeto que está em 1.ª Sessão, de autoria do Executivo Municipal, justamente um Projeto que é do Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB. Esse Projeto do DEMHAB busca, nesta Casa, desenvolver ações e aportar a contrapartida do Município para implementar o Programa Carta de Crédito, que são recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço do trabalhador, na modalidade Produção de Unidades Habitacionais, Operações Coletivas, regulamentado pela Resolução nº 291 do FGTS. O que significa isso? Isso significa que o Município está pedindo ao Executivo que, para receber os recursos do Governo Federal e do Fundo de Garantia para destinar justamente à habitação de interesse social, ele possa oferecer contrapartidas. Certamente, nesta Casa, a Bancada do Partido dos Trabalhadores sempre aprovou, analisou esses processos com profundidade e os aprovou. Mas, agora, eu quero fazer, aqui, uma ressalva, neste momento, Ver. Dr. Goulart, que é da base do PTB, o mesmo Partido do nosso Secretário Tessaro, no sentido de que nós temos um Projeto semelhante a este que está tramitando para ser votado, está na Ordem do Dia Projeto de nossa autoria junto com a Presidenta em exercício, Verª Meneghetti, que trabalha exatamente o mesmo conceito, que é o conceito de contrapartida do Município para poder receber os recursos do Governo Federal. Para quê? Para serem feitos os reassentamentos e os subsídios dos recursos para que as pessoas não precisem tirar dinheiro do bolso ou ficar na rua! E V. Exª, junto com a Verª Maria Luiza, Verª Margarete, Ver. Todeschini, são da nossa Comissão, junto com o nosso Vice-Presidente João Carlos Nedel, e sabem que nós temos recebido inúmeras comunidades, e o DEMHAB tem feito um conjunto de acordos, e nem todos têm conseguido responder à altura, porque alegam que falta infra-estrutura, alegam que faltam recursos, alegam que falta um conjunto de potencial para resolver esses problemas. Portanto, quando trazemos para discussão esse Projeto que o Executivo manda para esta Casa pedindo autorização para que o Governo possa oferecer contrapartidas para receber o dinheiro do Governo Federal, nós estamos dizendo “sim”. Em princípio, apoiaremos esse tipo de iniciativa, mas queremos que o Governo cumpra todos aqueles acordos que são feitos com o setor habitacional e com as comunidades desprotegidas, suspendendo os despejos que estão orientados. Amanhã, pela manhã, teremos uma outra Audiência Pública, aqui, com toda a comunidade do Unidão, lá da Restinga. São 440 famílias que estão ameaçadas de despejo. Isso já se arrastou por três anos desta atual gestão. Já fizemos duas ou três Audiências Públicas, e a questão não se resolveu. Depois, temos o Jardim Marabá, que são mais 670 famílias. Iremos para a terceira Audiência Pública. Da mesma forma, nós poderíamos listar, aqui, um conjunto imenso de comunidades. Estamos dizendo, aqui, que somos, sim, favoráveis a aprovar esse Projeto, mas queremos do Executivo uma contrapartida de agilidade, e que responda a todos os compromissos assumidos em tempo hábil. Se ele diz que vai reassentar as pessoas em seis meses, tem que acontecer isso, porque, se não é feito, transmite uma insegurança para as famílias, que não sabem para aonde vão, como vão matricular as crianças, onde está o trabalho, como é que vai ser deslocado o seu trabalho, como é que é feita a nova realocação. Bom, se não pode ser nos seis meses, tem que ter o aluguel garantido nesse período, porque as pessoas não têm recurso extra para pagar um aluguel e esperar que complementem as obras. Portanto, em nome da nossa Bancada, o Partido dos Trabalhadores, apoiaremos o Executivo, mas em contrapartida queremos cobrar agilidade, principalmente do Departamento Municipal de Habitação, e que a comunidade, como a que está aqui da Vila Areia, não precise vir a esta Casa para cobrar aquilo que foi acordado. Portanto, meus senhores e minhas senhoras, muito obrigado, e votaremos, sim, favoráveis, defenderemos esse Projeto, mas para ele ser aplicado com agilidade. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigado, Ver. Carlos Comassetto.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, primeiro, eu quero cumprimentar a Srª Presidenta, na presidência dos trabalhos, pela sua sensibilidade; cumprimentar a Verª Clênia Maranhão, Líder do Governo, também pela sua sensibilidade; e o Ver. Dr. Goulart. Eles vão nos acompanhar na reunião, assim que a Presidenta Maria Celeste chegar aqui, para receber a comunidade da Vila Areia, que aqui cumpre um papel democrático, civilizado, lutando pelo seu direito.

Senhoras e senhores, na discussão de Pauta, falar do Projeto que autoriza o Poder Executivo, através do Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB -, a desenvolver ações e aportar contrapartida municipal para implementar o Programa Carta de Créditos é também falar, sim, dos problemas - e aqui foi muito bem falado pelo Ver. Comassetto - da nossa Cidade. Portanto, existem projetos que são de eixo, são estratégicos, e nós sabemos que, infelizmente, a contrapartida ainda do Município e do Estado - nesse nem se fala, porque é absolutamente ausente - ainda é muito aquém das necessidades da nossa Cidade. Mas nós também, que fazemos críticas, quando não existem projetos, temos também que ser parceiros, quando eles estão aqui para serem aprovados, fazendo com que - o Governo Federal, que nunca, nunca um Governo investiu tanto no sentido do saneamento, na área da Habitação, no Município de Porto Alegre e no Estado -, nós possamos reconhecer no Município de Porto Alegre, quando um projeto vem ao encontro dos anseios da população. Portanto, Verª Clênia, nós estamos aqui para construir projetos que sejam importantes para a nossa Cidade, mas tem que ficar claro que os projetos não podem ficar atrelados a problemas. Uma cidade tem que estar programada para a sua população, para o seu crescimento, para um desenvolvimento saudável, mas que não esqueçam que rico e pobre pagam o mesmo preço pelo quilo do feijão. Portanto, são os impostos indiretos que esse povo traz para esta Cidade para qualificar. Por isso, queremos aprovar projetos como este, exigindo o respeito à população mais empobrecida desta Cidade. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Maristela Maffei.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. João Carlos Nedel contou a história de um barraco dentro de um canal, então eu também me acho capaz de contar uma história, porque comecei a trabalhar no Serviço de Habitação Popular, que hoje é o Departamento Municipal de Habitação, e o primeiro trabalho que me foi dado foi um levantamento da Vila Maria da Conceição, a Maria Degolada.

Eu fiz o levantamento do que naquele tempo se chamava de maloca, não era subabitação, e fui cadastrando. De repente, eu parei numa que me impressionou pelo tamanho: um metro e 64 centímetros por um metro e 72 centímetros, e ali morava um casal. Aí eu fui ver como é que eles moravam. Tinham uma cama de solteiro, na época chamada de cama-patente, de madeira com mola, a qual cortaram um pedaço. Um lado tinha cabeceira e a outra extremidade era apoiada num caixote. Ocupava 90 centímetros do um metro e 64, portanto, sobravam 74 centímetros para o resto das atividades da família, que eram duas pessoas. Cozinhavam do lado de fora, num telheiro improvisado, e ali, por certo, vivia uma família feliz, porque aquilo não era uma maloca, era um lar.

De qualquer forma, é importante que as pessoas compareçam à Câmara Municipal, porque em alguns minutos vivem e vibram pela atenção dos Vereadores para com todos eles. Então, seria bom de vez em quando ter mais gente como a que hoje aqui está para ser saudada por todos os Vereadores.

Na realidade, o Executivo está encaminhando um Projeto para o DEMHAB, onde eu comecei a trabalhar na Prefeitura, aproveitando o Programa Carta de Crédito. Mas o Governo Federal não dá nada de graça, não é a fundo perdido, o Governo pretende atender pessoas de baixíssima renda e provavelmente de até nenhuma renda.

O Programa de Operações Coletivas, criado pela Resolução de 2006, do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e operacionalizado pela Caixa Econômica Federal tem por objetivo financiar famílias de baixíssima renda. Na sistemática do programa, o ente público, no caso o Departamento Municipal de Habitação, participa com uma contrapartida, oferecendo terreno e urbanização em favor das famílias selecionadas. Portanto, o DEMHAB fará uma seleção das pessoas que não têm recursos, são baixas as suas rendas familiares, elas receberão terreno e poderão construir uma casa com projeto, evidentemente, fornecido pelo DEMHAB.

Mas é claro que há uma série de condições colocadas para que essas pessoas tenham as suas habitações através desse Programa. Então, o Projeto de Lei diz que os beneficiários do Programa, eleitos por critérios sociais e sob inteira responsabilidade municipal, ficarão isentos do pagamento do IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano ( Lê.):” I – durante o período de construção das unidades; II - enquanto permanecer a unidade habitacional de domínio público. Os beneficiários, atendendo as normas do Programa, não poderão ser: I – proprietário de imóveis residenciais no Município; II – detentores de financiamento ativo no SFH em qualquer parte do País; III – beneficiados com desconto pelo FGTS, a partir de 01 de maio de 2005; e III – titular de direito de uso de outro imóvel residencial”. Bem, o que nós constatamos é que aqui estão isentando do IPTU, e a Prefeitura se nega a aceitar a proposição feita pelo Ver. Luiz Braz e este Vereador de uma franquia de 60 mil UFMs para aqueles que antes tinham isenção total do IPTU, quando aposentados ou pensionistas e que recebiam até três salários mínimos.

Por outro lado, tem um outro Projeto do Executivo que tramita no Executivo há quinze anos. Começou em 1992, pretendendo o Município retirar um casal de idosos que lá estavam, sendo ele um servidor municipal. Não retirou e agora está querendo dar Direito Real de Uso na Rua Marquês do Pombal. Ora, seria muito mais interessante chamar o funcionário, autorizá-lo, enquanto vivo, a morar naquele local e depois retornaria a área de 170, 180 metros quadrados para a Prefeitura. Não tem sentido fazer Direito Real de Uso na Rua Marquês do Pombal. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, boa-tarde a todos e a todas, demais pessoas que nos acompanham, principalmente os moradores da Vila Areia, que estão aqui lutando para que seja cumprido um acordo, isso é triste. Mas quero exatamente abordar o Projeto do Executivo ligado ao tema Habitação Popular, que é um tema importante, sem dúvida. Não faz muito, estive acompanhando o despejo de uma parte da comunidade da A. J Renner e da Vila Operária, que ocupou as casas do DEMHAB de passagem, enfim, uma situação complicada também. Portanto, esse é um assunto premente na Cidade. Achamos que o Executivo Municipal não age com a necessária rapidez, não age o quanto poderia agir nessa área, que atualmente, com o Governo Federal do Presidente Lula, tem recebido recursos que, como nunca, este País teve disponível para a habitação popular, para o saneamento e assim por diante. E uma possibilidade que vem a mais para se abordar o tema da Habitação Popular para pessoas de baixo poder aquisitivo, tem a ver com a decisão do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, que é um dinheiro do trabalhador. Todos nós, que temos carteira assinada, no final do mês, uma parcela de desconto é feita pelo empregador para esse Fundo. E, muitas vezes, esse dinheiro fica parado, algumas regras são muito fechadas e, felizmente, essas regras estão sendo mais flexibilizadas, com melhor possibilidade de aplicação. No entanto, eu estava ouvindo outros colegas que já falaram sobre o tema, e, lendo o projeto do Executivo, quero dizer que o texto está muito confuso e não abrange um espectro grande como a gente esperava.

Então, Ver. Dib, a redação está confusa no Projeto de Lei. O caput do art. 3º diz que o Poder Público Municipal - este é o centro do Projeto, na verdade - fica autorizado a disponibilizar áreas pertencentes ao patrimônio do Município para construção de moradias à população beneficiada no programa. Depois, vêm alguns parágrafos. O § 1º diz que as áreas poderão ser previamente alienadas, mediante compra e venda ou Direito Real de Uso, a qualquer título, quando da concessão dos financiamentos habitacionais de que tratam os dispositivos legais no art. 1º desta Lei.

Nunca - e eu quero chamar a atenção para isso -, nunca o Direito Real de Uso foi alienação de imóvel. Aqui há uma grande contradição. Era um debate nesta Casa, no Plenário da Câmara Municipal de Vereadores, exatamente porque alguns Vereadores que hoje são base do Governo, se rebelavam contra esse instrumento, que eu acho muito importante. E é um instrumento que garante a moradia para as pessoas; as pessoas nunca poderiam ter as suas casas com Direito Real de Uso. Então, agora ele é citado como instrumento de alienação. Aqui há uma contradição e um erro! Há um erro nisto que está aqui escrito. Depois, diz no § 3º que as áreas a serem utilizadas no programa deverão fazer frente para a via pública existente, contar com infra-estrutura básica necessária, de acordo com o Código de Posturas do Município e legislação correlata.

Ora, se esse § 3º for atendido ou for exigido na totalidade, nós vamos tirar muitas e muitas vilas populares da abrangência deste Projeto. Então, ele vai ter uma aplicação muito restrita, porque muitas vilas não têm - exatamente algumas casas -, não terão frente para a via existente, aquilo que o Código de Posturas, o Código de Obras, enfim, a legislação municipal exige.

Então, eu chamo a atenção dos colegas Vereadores para aquilo que, em princípio, é uma boa idéia, como falou o Ver. Comassetto, mas, à medida que a gente examina os Projetos, nos seus artigos e nos seus parágrafos, a gente vê erros, sim, contradições e, em princípio, exigências que limitam bastante a aplicação de uma Lei que poderia ser muito melhor do que realmente é. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Guilherme Barbosa. Está encerrado o período de discussão de Pauta.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que acompanha a Sessão e nossos telespectadores do Canal 16, o Governo Lula lança hoje o PAC da Saúde: 89 bilhões de reais até 2011, para que a gente possa atender melhor a mais de 130 milhões de brasileiros. É um dos programas que mais a população brasileira está esperando; 89 bilhões de reais para mais de 130 milhões de brasileiros, exatamente para aqueles Estados e Municípios que apresentarem projetos estratégicos, principalmente na área da medicina comunitária. E, aqui em Porto Alegre, quando falamos em agentes comunitários de Saúde, nós percebemos que há um total descaso do Governo Municipal, quando ele veta as Emendas ao Orçamento, que nós vamos discutir depois, e quando ele diz, para os agentes comunitários, como disse ontem, que não há recursos para aumentar as equipes dos PSFs em Porto Alegre. Vejam só a contradição!

Pois esses 89 milhões que hoje estão sendo anunciados pelo Governo Lula vêm reforçar, sim, o Orçamento do Município de Porto Alegre. Vamos ver, a partir de hoje, meu nobre Ver. Ismael, o que o Governo Municipal vai dizer sobre esses recursos que serão trazidos para o nosso Estado e o nosso Município. Não tem mais discurso de dizer que não há recursos para a Saúde, tem que haver projetos para a Saúde, porque o Governo Municipal de Porto Alegre perdeu, inclusive, vários projetos, porque não apresentou esses projetos em consonância com as Emendas parlamentares nas quais os Deputados direcionaram recursos para esta Cidade. E por não terem apresentado os projetos, Ver. Todeschini, muitos recursos foram perdidos.

Pois agora o Governo faz um outro desafio: 89 bilhões de reais para mais de 130 milhões de brasileiros, e o Estado do Rio Grande do Sul vai ter que mostrar para o que veio e não deixar de repassar, como já aconteceu nos últimos dois anos, mais de 30 milhões para o Município de Porto Alegre.

O que dirá a Yeda, que está em Brasília, hoje, presente no lançamento do PAC da Saúde? Que ela tem projeto para a Saúde do Estado? Eu não sei o que ela vai dizer, porque mais de 22 hospitais do Interior do Estado estão fechando porque não recebem a contrapartida do Governo Estadual. O Governo Estadual tem que entender que ele ganhou a eleição não simplesmente para ficar com os discursos daquela época, mas para, agora, na prática, olhar que está governando para todo o Estado, sem discriminação de Partido e de ideologia.

Então, nós queremos fazer aqui esse desafio: o Governo Federal, mais uma vez, demonstra que está estendendo a mão aos Estados e Municípios, desde que eles tenham criatividade.

De que forma nós vamos aumentar as equipes dos PSFs da nossa Cidade, se nós não apresentarmos um projeto de ampliação? De que forma nós vamos, Vereadora-Presidente, apresentar um projeto de ampliação das unidades de saúde, se nós não apresentarmos nenhum projeto, nem de reforma das unidades de saúde? Pois muitas delas, hoje, fazem até nebulização nos banheiros, um verdadeiro caos na Saúde de Porto Alegre.

Ver. Dr. Raul, nós, que visitamos todos esses locais enquanto Comissão de Saúde, temos de estar vigilantes, cobrando do Governo, e, se o Governo não apresentar, vamos nós, Câmara de Vereadores, apresentar, porque não tem como perder esses recursos, eles são muito difíceis, e se o Governo não tiver criatividade, mais uma vez vai ficar chorando todo o tempo, todo o mandato, seja do Estado ou do Município, dizendo que o Governo Federal não mandou recursos. Isso é pura demagogia!

Então, vamos nós, enquanto Vereadores, demonstrar que o Governo Federal sinaliza hoje, com o PAC da Saúde, 89 bilhões de reais a mais, Ver. João Antonio Dib. Agora, resta aos governantes terem criatividade, e a Bancada do PT está vigilante e muito feliz com o Governo Lula, porque demonstra a prioridade para a Saúde, e não faz como muitos Governos, que simplesmente ficam de Brasília aos seus Estados gastando dinheiro público, mas não trazendo nenhuma solução para problemas que se encontram aqui. A fila aumenta e as epidemias aumentam cada vez mais, porque não há resolutividade. Por isso pedimos apoio para que esses Governos criem possibilidades concretas de mudanças, mas apresentando projetos para os quais o Governo Lula sinaliza com propriedade: mais 89 bilhões de reais no dia de hoje. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Maria Luiza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARIA LUIZA: Boa-tarde. Ao cumprimentar a Verª Maristela Meneghetti, cumprimento todos os Vereadores e Vereadoras, os nossos telespectadores, o público aqui presente e a imprensa.

Venho ocupar esta tribuna para, inicialmente, parabenizar o Hospital Presidente Vargas pelo evento que estivemos prestigiando na segunda-feira pela manhã: a inauguração do laboratório para Teste do Pezinho, que, a partir desta semana, iniciou suas atividades. Diante de tantas dificuldades no nosso Estado do Rio Grande do Sul, onde mais de oito hospitais foram fechados, o nosso Prefeito Municipal, através desse investimento, proporciona, com a abertura desse laboratório, condições de realizar exames laboratoriais de materiais coletados dos recém-nascidos de todo o Estado do Rio Grande do Sul. Então, esse laboratório tem uma significância muito positiva, não só para os nascidos em Porto Alegre, mas para todas as crianças que nascem no nosso Estado.

É importante citar que a Secretaria Municipal da Saúde investiu cerca de 200 mil reais na parte física, em equipamentos para o laboratório. A Secretaria também contratou recursos humanos e capacitou sete profissionais, que trabalharão no horário comercial nesse laboratório: bioquímico, chefe e auxiliar de laboratório e assistente administrativo.

O Teste do Pezinho, realizado em Porto Alegre, é referência para todo o Estado do Rio Grande do Sul. Com laboratório próprio, poderão ser realizados em torno de 27 mil exames por mês, em 9 mil nascidos vivos no Estado. É bom lembrar que o serviço era feito pela Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e essa decisão do laboratório foi em razão da ordem da Procuradoria-Geral do Município, que determinou que fossem feitos processos de licitação para os serviços terceirizados. Quando os exames eram realizados na Faculdade de Farmácia, o serviço tinha que ser licitado novamente. Essa escolha permite ao Município realizar o Teste do Pezinho com menor custo. E, a partir de março de 2008, o laboratório poderá realizar cerca de 36 mil exames por mês com o pró-diagnóstico da fibrose cística.

É bom lembrar que nós temos uma população, no Município de Porto Alegre, e em todo o Estado, que é de baixa renda, e a fibrose cística, não sendo diagnosticada no Teste do Pezinho, passam-se, às vezes, muitos anos até a família se deparar com uma realidade de ter que fazer toda uma investigação, e muitas vezes perde tempo, e isso afeta a saúde dessas crianças.

O Laboratório do Pezinho integra o Projeto de Qualificação do Hospital Presidente Vargas. Aproveito ainda para parabenizar o Hospital Presidente Vargas, que também conta com o Programa Mamãe Canguru, lançado em maio, para abrigar as mães de bebês prematuros, enquanto eles permanecerem no hospital até atingir o peso de dois quilos e cem gramas. Essas ações fazem parte do Programa do Governo Receita Saúde, uma das prioridades da gestão Municipal.

É interessante dizer, aqui desta tribuna, que no âmbito mundial o SUS é modelo, trata-se de uma legislação jurídica perfeita na área da saúde pública, e essa saúde no Município demonstra que basta que se tenha atitude e comprometimento para que as políticas públicas de saúde passem, de forma efetiva, a acontecer.

Eu aproveito ainda este espaço para falar sobre um Projeto de minha autoria, que tramita nesta Casa, que diz respeito à substituição dos postes de madeira por postes de concreto, todos que estiverem com transformadores. E trago uma reportagem de um jornal de grande circulação na Capital e no Estado, que traz a matéria da queda de um poste na Lomba do Pinheiro, causando efeito dominó, ou seja, um poste de madeira, com transformador, que caiu na Lomba do Pinheiro na noite de segunda-feira, acabou causando um transtorno enorme para os moradores da região. Peço a atenção para um Projeto que tramita nesta Casa, que está para discussão e votação. Nesse sentido conto com o apoio dos meus Pares, aqui na Câmara, para que possamos dar uma atenção especial a essa situação que diz respeito a um problema que o Município vem enfrentando.

Para finalizar, gostaria de chamar a atenção de todos para o assunto de que tratamos nesta manhã, neste Plenário – Audiência Pública promovida na Casa -, com a preocupação de debater as políticas públicas de atendimento às crianças e às adolescentes em situação de risco e drogadição na nossa Capital.

Tivemos, pela parte da manhã, a encenação de uma peça e o depoimento de duas mães que têm o problema gravíssimo, na sua família, de terem filhos usuários de drogas. Não podemos deixar de citar aqui que tivemos a presença da nossa Presidenta, de vários Vereadores, do Dr. Leoberto - Juiz da Vara da Infância e da Juventude - e da representação de várias Secretarias importantes do Município. Senti-me muito gratificada com essa discussão e espero que possamos, de fato, fazer uma parceria entre todos os órgãos e entidades do Município que estão preocupados e que querem fazer o enfrentamento na questão da drogadição no Município de Porto Alegre.

Recente pesquisa da Secretaria Nacional Antidrogas aponta que a Capital gaúcha tem um percentual de 11% da população sendo usuária de algum tipo de substância psicoativa. Estamos diante de nada menos do que 171 mil pessoas, no Município de Porto Alegre, que são usuárias de algum tipo de substância.

Aproveito, diante desse relato na relevante Audiência Pública, para pedir a atenção de todos os meus Pares com relação às Emendas que tramitam nesta Casa, hoje à tarde, de destaque, para destinação de recursos na área de dependência química. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Maria Luiza.

O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURO ZACHER: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; público que nos acompanha aqui pelas galerias da Câmara e público que nos assiste pela TV Câmara, saúdo todos. Eu, neste espaço cedido pela Liderança do meu Partido, vou continuar fazendo esclarecimentos sobre o ProJovem, Programa que foi questionado pela Cidade, em especial por alguns Vereadores, e que ficou exposto à imprensa da nossa Cidade. Nós continuaremos usando o espaço que temos aqui na Câmara – e esse foi o motivo pelo qual eu retornei para esta Casa – não só para fazer esses esclarecimentos como para visualizar o que esta Cidade pensa e o que ela quer fazer para os seus jovens.

No dia 27 de novembro, dois jornais – Zero Hora e Diário Gaúcho – fizeram, na verdade, um balanço sobre as suas visitas aos núcleos, às escolas onde havia o ProJovem. Tanto no jornal Zero Hora como no Diário Gaúcho o que ficou claro, e então dito pela imprensa, foi aquilo que nós já vínhamos há algum tempo dizendo: o ProJovem é um Programa audacioso que quer atingir aquele jovem que, por algum motivo, na sua etapa escolar, saiu da escola; jovens que tiveram diversos problemas. Esse desafio, que assumimos em conjunto com o Governo Federal, teve suas falhas. Uma delas, com certeza, é a evasão, um resultado não só aqui de Porto Alegre, embora Porto Alegre tenha tido resultados muito melhores do que muitas outras cidades do nosso País - nós somos uma das dez primeiras cidades que participaram do Programa. Esses resultados fazem a gente refletir, assim como já foi feito pelo Governo Federal, quando anuncia mudanças essenciais para que o Programa continue.

A Auditoria do FNDE já passou por três cidades: Porto Alegre, Viamão e Canoas. Não em relatório, mas a imprensa também disse que a grande questão do ProJovem é ainda a evasão. Agora, dividir os recursos que foram investidos no ProJovem pelo número de alunos formados é uma análise muito simplista, ou oportunista. O nosso compromisso e a nossa meta sempre foram matricular os jovens. A nossa meta era de 7 mil e 200 jovens. E, realmente, não conseguimos formar todos. Ficamos com uma média acima da nacional, mas não uma média com que pudéssemos justificar a nossa... Formamos mais de 30% desses jovens e ainda temos mais de mil e 500 jovens em sala de aula. Ficou também uma dúvida sobre o salário dos professores. Cabe citar àqueles que ainda não têm conhecimento que os recursos federais vieram para o professor, mil e 300 reais em 12 parcelas. É remuneração, não é salário. Ora, qualquer um que entenda um pouco de contabilidade sabe que 12 meses no contrato não é o suficiente, temos que incluir o décimo terceiro salário, temos que incluir as férias e o um terço constitucional de férias também. Ora, aí chegaremos então aos 12 meses de remuneração, de contas já apresentadas por nós e de recursos oriundos do Governo Federal. Enfim, o Governo Federal já anunciou as mudanças, que eu acho que ainda não são suficientes para o sucesso do Programa, que são a ampliação de 12 meses para 18 meses, incluindo férias, o que é fundamental tanto para o jovem como para o professor; amplia a idade de 18 para 29 anos; cai a exigência de que o jovem teria de estar desempregado para participar do Programa; e também cai a exigência de ter no mínimo a 4ª série. Pois bem, nós continuamos certos de que o ProJovem realmente necessita modificações, como já o fez o Governo Federal. Também, a pedido da Secretaria, a pedido meu, estão sendo feitas auditorias, tanto do FNDE, que já esteve em Porto Alegre, como do MDE, do MEC, sindicância interna, porque queremos realmente o esclarecimento, se é que para alguém ainda não está esclarecido o nosso trabalho e a nossa execução enquanto Secretário da Juventude em relação ao ProJovem. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Mauro Zacher.

O Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. RAUL: Exma Srª Verª Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos; Vereadores, Vereadoras, pessoal que nos assiste pelo Canal 16, e, muito especialmente, as pessoas da comunidade da Vila Areia, da Vila Tio Zeca que estão aqui, e na pessoa da Dona Irmã, saúde todos os presentes.

Infelizmente, é uma situação de dificuldade que vocês estão trazendo, mas eu me sinto muito feliz em revê-los aqui, porque durante muitos anos trabalhei lá na Vila Areia, na Vila Tio Zeca, como médico, até o momento em que aquele postinho de saúde foi fechado por outras injunções. Podem contar com o nosso apoio para as suas reivindicações, estaremos junto com a presidência para fazermos o que for possível para que as coisas transcorram bem nessa parte da habitação, que vocês estão aqui reivindicando.

Eu gostaria de dizer da satisfação de comemorar, ontem, os 50 anos do Centro de Saúde Escola Murialdo, no Partenon, que trouxe para o Brasil, não apenas para o Rio Grande do Sul, o germe do Sistema de Saúde de Família, do Programa de Saúde da Família que hoje existe. Destes 50 anos de existência, 30 anos foram de residência multidisciplinar, além da residência de medicina de família e comunidade, qualificou os profissionais daquela Região e de todo o Brasil, porque hoje há profissionais oriundos do Murialdo em todo o Brasil - nutricionistas, assistentes sociais, enfermeiros, fisioterapeutas, odontólogos -, enfim, toda a parte multidisciplinar que lá é feita.

Então, gostaria de saudar em nome daquelas pessoas que, ao longo de tantos anos, deram o seu esforço para aquele Centro, como o Dr. Grossmann, o Dr. Busnello, o Dr. Flávio, o Dr. Elson, o Dr. Ivo Leuck, e, atualmente, a Drª Ângela Uglione, que vem conduzindo aquele Centro de maneira forte, tentando resolver as questões do Murialdo.

E gostaria de dizer também para a comunidade do Partenon, que está havendo uma reaproximação, novamente, do Município com o Estado, para que esse processo de co-gestão dos Programas de Saúde de Família seja aumentado também naquela Região, e a comunidade da Zona Leste da Cidade seja melhor atendida.

Também ontem estivemos, aqui na Casa, na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, recebendo os agentes comunitários de saúde dos PSFs de Porto Alegre, e de praticamente toda a gestão Municipal, desde Gabinete de Programação Orçamentária; o Secretário Clóvis Magalhães; o representante da Secretaria Municipal de Saúde; tivemos a Procuradoria, enfim, para que se pudesse dar, realmente, uma firmeza nessa questão. Esta Casa terá que se debruçar sobre essa matéria, que é extremamente relevante, sobre a criação desses cargos dos agentes comunitários de saúde, que são em número de 372, e também do Programa de Saúde Família como um todo, que todos nós queremos ampliá-lo, e fazer com que Porto Alegre seja um exemplo nessa área de atendimento em Saúde Pública.

E, como muito bem lembrado pelo Ver. Oliboni, hoje estamos no dia do PAC da Saúde, em que começará a ser liberada uma quantidade expressiva de recursos para a Saúde do País, especialmente para o nosso Rio Grande do Sul, até o ano de 2011. Nós precisamos ter projetos efetivos para que possamos aplicar esse dinheiro da melhor maneira possível.

Nós precisamos dar um reajuste para esse pessoal que trabalha na área da Saúde, que vem trabalhando por muito pouco dinheiro, praticamente só na raça e na coragem. Estão, também, os laboratórios, principalmente esses que fazem análises clínicas, que recebem muito pouco do SUS, e os procedimentos todos da área da Saúde Pública. Além disso, precisamos investir em novos projetos para que nós tenhamos a Saúde Pública que queremos, e uma dignidade, uma cidadania respeitada para toda a nossa população.

Então, gostaria de mandar um grande abraço a todo o pessoal, em especial ao pessoal da Vila Areia e da Vila Tio Zeca, com as quais vamos trabalhar juntos nessa matéria. E desejar saúde para todos. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Senado Brasileiro deve estar de luto, deve ter uma tarja preta no braço de todos os Senadores e uma bandeira preta na entrada do Senado porque, no dia de ontem, os Senadores, pelo menos 49 deles, aliás, 55 deles, deram razões para aqueles que dizem que o Senado é desnecessário, deram sobradas razões para que eles continuam afirmando: não precisamos do Senado. Eu assisti a parte da Sessão do Senado, ontem, através da televisão, no Canal 17, e assisti à desfaçatez do Senador Renan Calheiros, com a maior tranqüilidade ouvindo os discursos que o acusavam, às vezes, sorrindo, mas nunca com ar preocupado; às vezes, cumprimentava. E a desfaçatez foi tão grande, mas tão grande - porque ele sabia o resultado -, que ele se deu ao luxo de não votar; ele poderia ter votado favoravelmente a ele, mas achou desnecessário. Então, aconteceram 80 votos: 48 o favoreceram, 06 votaram em branco, e um era ele, portanto, 55 malandros votaram a favor de Renan Calheiros. Eu quero dizer que ouvi discursos de um Senador Aloizio Mercadante, uma pessoa que respeito pela sua competência e também pela sua seriedade. Quando ele se pronunciou, foi muito claro, ele disse que, na primeira votação de cassação ou não, de Renan Calheiros, ele havia analisado o Parecer e não encontrava provas para votar pela cassação; então, votou favoravelmente ao Senador Renan Calheiros. Mas, agora, no segundo processo, também com o mesmo cuidado que ele havia estudado o primeiro, ele não tinha mais dúvidas: tinha que defender era o Senado, e tinha que aceitar o Parecer que havia sido aprovado na Comissão de Ética por 11 votos contra 3. E o Senador Renan Calheiros ficou impassível, enquanto Mercadante falava dessa forma. Depois eu ouvi o Senador Suplicy, o Senador Pedro Simon, o Senador Jefferson Péres, eu ouvi outros Senadores dizendo que o Senado deveria ser preservado, mas o resultado não preservou o Senado, preservou o Sr. Renan Calheiros, apesar das provas que documentaram, como bem informou Mercadante, como bem informaram outros Senadores. As provas e as testemunhas coincidiram, não foi apenas o diz-que-me-diz-que. Não. Foi prova escrita e prova testemunhal fechando o cerco, e o Prof. Renan Calheiros foi absolvido.

E, agora, mesmo, o Vereador Oliboni dizia que o Governo da União vai aplicar no Sistema de Saúde, no SUS, 89 bilhões até 2011.

Mas, se ele vai arrecadar mais de 170 bilhões até 2011, portanto, ele vai aplicar a metade daquilo que vai arrecadar para a Saúde, apesar da integralidade proposta pelo Dr. Adib Jatene, que foi aprovada, que é a CPMF.

Volta, também, o Partido dos Trabalhadores, mais uma vez, a reclamar os 30 milhões que o Estado deve para a Prefeitura, em relação à Saúde. Pois esses 30 milhões são dívidas do Governador Olívio Dutra, condenado na Justiça a pagar a Prefeitura, e não pagou. Condenado na Justiça! Ele já sabe, já disse isso, mas reitero a mesma coisa, dando a impressão de que a Governadora Yeda Crusius tem a culpa dos malefícios causados à Saúde de Porto Alegre, sendo a culpa do Presidente Lula e do Governador Olívio também; o Presidente Lula, porque diminuiu os recursos encaminhados para o SUS de Porto Alegre, e o Governador Olívio, porque não pagou os 30 milhões que devia para Porto Alegre. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Mesa apregoa Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 02, ao PLCL nº 018/06. (Lê.): “Inclui artigo no PLCL nº 018/06, onde couber, com a seguinte redação: ‘Fica acrescentado artigo 66-D à Lei Complementar nº 7, de 1973, e alterações posteriores, conforme segue:

Art. 66-D - Além da compensação de créditos tributários, fica admitida, também, a compensação para os créditos judiciais, ou outros, de origem municipal, inclusive os precatórios.

JUSTIFICATIVA: A presente Emenda visa a tornar mais abrangente a compensação prevista na presente Lei, beneficiando aqueles que têm a seu favor créditos judiciais, ou outros de origem municipal, inclusive os precatórios”.

Assina os Vereadores Elias Vidal e Dr. Goulart.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, tantas notícias preciosas no dia de hoje, mas há uma que eu quero ressaltar - e quero dizer que um militar sempre será um militar: as Forças Armadas da Venezuela fizeram com que não houvesse um derramamento de sangue naquele país. Está nos jornais da Venezuela, oficialmente controlados por S. Exª, o Presidente daquele país. O Comandante do Forte Tiuna aquartelou todos os seus soldados e disse que não combateria a revolta, e que o Presidente reconhecesse a sua derrota - graças aos militares da Venezuela!

Também a notícia que tem muito a ver com o que está sendo debatido aqui: dinheiro para a Saúde: 89 bilhões, até 2011. Por que só agora - na iminência de votar mais um pacote no Senado da República -, acena com mais 89 bilhões? Isso que o PAC está quase todo contingenciado, não consegue largar nada para fora; então, ele pode prometer 200, 300, 400 - ele é famoso por não cumprir. Mas, só por isso eu digo que o Democratas, os sociais-democratas, lá no Senado da República, já fizeram um bem para este País: forçaram a edição de uma Medida Provisória, um PAC, para aumentar um pouco mais o dinheiro para a Saúde; essa Saúde, em que as tabelas do SUS estão quebrando todos os hospitais deste País; em que os médicos estão tendo que trabalhar de graça; em que os hospitais beneficentes estão tendo que pagar mais da metade dos gastos que o Governo Federal teria que repassar-lhes integralmente. Eu saúdo, eu saúdo. Agora, não são 89 bilhões que irão resolver; nós precisamos da CPMF e mais outro tanto para podermos dar saúde para o povo brasileiro; bilhões, pode ser até mais, é muito pouco, ainda. Mas o que mais nos assusta é que não há planejamento de Governo. Não há. É um remendo em cima de remendo, buscando, levando um marketing, uma propaganda – “agora eu vou dar, porque eu vou dar”. Não. Não existe um planejamento. É em cima das falcatruas, é em cima das corrupções, é em cima de derrotas no Congresso que o dinheiro é largado aos poucos, e os cargos de confiança se multiplicam. Prova de que não há um planejamento na Administração da União é o problema da nossa Educação; não é nem a Saúde. Os jornais estampam, hoje, o perfil de um estudante brasileiro de 15 anos - cinco anos já nas mãos de Lula -, mal em leitura, e pior em matemática. De 59 Países que fizeram o ENEM, o Brasil está em 55º quando se trata de saber fazer contas de somar, de diminuir, de dividir; no raciocínio matemático; e o 9º colocado em Português. Este é o futuro negro que estamos para assistir daqui mais um tempo, serão estes jovens que irão entrar no mercado competitivo...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa)

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Meu amigo, o senhor não tem o aparte, respeite quem está na tribuna. No Lula, não; no Lula não. Vamos respeitar quem está falando aqui. A verdade dói. Eu não estou inventando nada. Está aqui na Zero Hora, tanto as notícias de Lula como a nossa Educação. São estes jovens que amanhã vão ter de disputar mercado de trabalho sofisticado, são nossos filhos, são nossos netos, não podemos nos calar. Precisamos ter uma Educação planejada, uma Educação que realmente faça com que o brasileiro dispute o mercado de trabalho internacional. Esses aqui não têm condições, não. Infelizmente, estes aqui não têm condições, não. Não venham dizer que isso é culpa de 40, 50 anos atrás. Hoje, cada cinco anos - está tão rápido - representa uma geração; o que hoje serve, daqui a cinco anos, se não for aperfeiçoado, não serve mais. E o Brasil está parado na Educação, está parado na Saúde, está parado no emprego para os nossos filhos, emprego para mais de 40 anos. Agora, vocês imaginem aquele que não tem esta qualificação - estes ainda estão no colégio público, imaginem os colégios que não têm esta qualificação? Nós temos de nos preocupar, sim. É planejarmos uma política de Educação, planejarmos uma política de Saúde, sermos justos com todos, política igualitária, e que façamos a verdadeira inclusão social. Muito obrigado, meus senhores.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero, preliminarmente, saudar nossas lideranças comunitárias que vêm à nossa Casa abrir um diálogo sobre as questões da sua comunidade. Logo mais estaremos também na presidência, discutindo as demandas que aqui são trazidas pelas nossas lideranças.

Antes disso, uso o tempo de Liderança de minha Bancada para falar rapidamente sobre três temas extremamente positivos referentes à Porto Alegre.

Primeiro, uma notícia das mais importantes do ponto de vista da construção de política pública do nosso Município. Exatamente neste momento - estamos trabalhando aqui na Câmara, por isso não podemos estar lá - o Prefeito José Fogaça e o Presidente do DMAE, Flávio Presser, estão iniciando a apresentação, em uma coletiva de imprensa, na Restinga, apresentando as obras do maior programa socioambiental da nossa Cidade, Programa Integrado Socioambiental - PISA -, que trata de todas as questões da infra-estrutura e do melhoramento das condições de vida, exatamente daquela parcela da população que mais precisa do Poder Público, porque o programa Socioambiental trabalha a questão do saneamento básico, da habitação popular e dos esgotos da nossa Cidade. Muitas vezes, já tivemos a oportunidade de discutir os novos acordos, as negociações, os avanços do Programa Socioambiental do nosso Município, e sempre destaco entre todos os avanços dessa nova Porto Alegre, que surgirá daqui a aproximadamente cinco anos como resultado das ações do Socioambiental, o fato de nós ampliarmos o tratamento do esgoto da nossa Cidade, que hoje, infelizmente, é baixíssimo, ocupa apenas 27%, com uma previsão aproximada de 77%. Todos nós temos votado todas as autorizações de empréstimo, ainda temos a última parcela para votar, ainda este ano, e eu acho que esse passo decisivo da construção do PISA é um elemento fundamental na melhoria de vida das comunidades, das vilas da nossa Cidade.

Quero dizer que, na manhã de hoje, tive o privilégio de participar de um debate extremamente significativo, em que se apresentava exatamente, na nossa Capital, os resultados da pesquisa de emprego e desemprego da Cidade. Um trabalho feito em parceria, uma governança estabelecida entre o DIEESE, Prefeitura de Porto Alegre, a FGTAS, a Fundação de Economia e Estatística, que procurava dar continuidade, retomar a pesquisa de domicílio, para que as políticas públicas da nossa Cidade possam ser baseadas em cima, não de uma política clientelista, mas que possa ser baseada efetivamente em cima das principais necessidades apontadas pelos dados técnicos, pelas pesquisas do PED, como nós chamamos, da cidade de Porto Alegre.

Acho que o fato da Prefeitura de Porto Alegre ter restabelecido a construção desses índices, nesta parceria, é um indicativo fundamental de duas coisas. Primeiro, das possibilidades dos governos e da sociedade civil estabelecerem os acordos necessários para a construção de seus dados e, segundo, a necessidade que temos de fazer com que as políticas públicas sejam baseadas em dados técnicos. E, depois, também, dizer parabéns para Porto Alegre que conseguiu, hoje, assinar o segundo pacto de governança, desta vez na Zona Norte, onde a Prefeitura, dezenas de empresas, as ONGs, e as entidades comunitárias de toda aquele região do Sarandi, construíram as prioridades daquela comunidade. A questão da formação da mão-de-obra, da qualificação, a questão da despoluição do arroio Santo Agostinho. E mais do que o diagnóstico dessas prioridades, foi discutido, entre a Prefeitura, a comunidade e as forças econômicas da Região, os caminhos efetivos para se superar os problemas apontados por aquela comunidade.

Eu acho que esta ambiência que se cria em Porto Alegre é uma coisa extremamente contemporânea, diante de tantas notícias desagradáveis, desalentadoras do mundo político, e nós temos o orgulho e o prazer de poder comemorar este avanço de qualificação dos trabalhos de parceria, e de construção de consenso no nosso Município.  

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, as principais sociedades no mundo sempre foram forjadas através de pactos de honra, em que a ética estava em primeiro lugar. Assim foi com a sociedade alemã, assim foi com várias sociedades dentro da própria Europa, assim foi com os Estados Unidos, que se transformou numa nação muito forte, a partir da chegada dos Quakers, naquele Continente, que acabaram realmente transformando toda aquela região, que praticamente comandou, durante muito tempo, a economia no mundo inteiro. É por isso que acredito que não existe realmente lugar para uma sociedade crescer e se fortalecer, se não for baseada na ética, se não for baseada na honra. Fora disso, nós estamos, na verdade, construindo apenas uma sociedade que vai esboroar daqui a pouquinho.

Ontem, no Congresso Nacional, nós tivemos realmente uma prova de que estamos vivendo um dos piores momentos éticos do nosso País. Quarenta e oito Senadores tinham garantido o voto pela cassação do Senador Renan Calheiros, por todas as falcatruas que se sabe que ele conseguiu fazer durante a sua história de homem público. Saiu de um estágio de pobreza e em pouco tempo conseguiu construir uma das maiores fortunas do País. Só que os votos, quando apareceram na urna, acabaram revelando que apenas 29 dos 48 Senadores - Ver. Guilherme Barbosa, V. Exª que nos honra aqui, mas que é oriundo daquelas plagas nordestinas -, apenas 29 Senadores confirmaram seu voto. Os outros 19, que haviam afirmado que votariam pela cassação de Renan Calheiros, apenas deram a sua palavra sem confirmá-la na hora da votação! Isso significa que nós, como sociedade, não podemos, Verª Maristela Meneghetti, confiar no Congresso Nacional. A Casa congressual mais importante que temos no País, que é o Senado, mostrou que não merece a confiança da sociedade. E se uma casa se mostra não-merecedora da confiança da sociedade, acredito que ela deva ser fechada. E essa discussão se faz há um bom tempo. Para que existe o Congresso Nacional? Para que existe o Senado Federal? O Senado Federal hoje existe apenas para dar gastos para a sociedade. Não tem nenhuma função lógica!

Eu pensava que numa reforma política, que deveria ser feita neste segundo Governo Lula, porque, afinal de contas, era o projeto mais importante que se anunciava, que essa Casa congressual que nada faz pelo País fosse fechada. Mas infelizmente não se fez a reforma política que nós esperávamos. A sociedade tanto clamou pela reforma política, mas ela não aconteceu. Na verdade não foi feita nenhuma das reformas anunciadas antes, significando, Verª Maristela Meneghetti, que esse descrédito que hoje vive a classe política tem razão de ser. Os homens políticos dão a sua palavra, mas não as cumprem. Isso realmente é muito triste para todos nós! O momento político que estamos vivendo é de uma crise ética das maiores! Eu acho que a República nunca passou por uma crise como essa que estamos vivendo no momento atual.

É hora realmente de nós fazermos uma reflexão, e quem sabe é hora dessa população se levantar contra isso que está acontecendo no País, que é realmente um dos maiores crimes que já se praticou contra qualquer sociedade.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Srs. Vereadores, visivelmente não há quórum; portanto, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

Convocamos os Srs. Vereadores, dentro de cinco minutos, para a 18ª Sessão Extraordinária para a discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 033/07.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h45min.)

 

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